sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

A mudança

Estará a economia como a conhecemos a desaparecer? Estarão os velhos modelos económicos ultrapassados? Será que a economia ficará cada vez mais dependente do indivíduo e menos das empresas?
Francamente não sei.
O que vejo, sinto e penso é que o mundo como o conhecemos está a mudar rapidamente e a maior parte das pessoas não se apercebe disso.
Mesmo à nossa frente, de uma forma suave mas inequívoca, todos os dias uma nova página dos velhos canhanhos é rasgada e nós nada!
Acontecimentos como a subida astronómica do preço do petróleo, a crise do crédito nos EUA, os constantes cortes de abastecimento do gás Russo à Europa, o cancelamento do Lisboa-Dakar, a pré guerra civil no Paquistão, a novela BCP, o desfalque de 5,5 mil milhões de Euro no 2º maior banco Francês, etc, são apresentados no telejornal entre mais um encerramento de um restaurante pela ASAE e os problemas de balneário do Benfica.
Apesar de muito diferentes, todos estes exemplos tem um factor comum: o impacto global (ou perto disso).
Nunca como antes um chinês teve tanta importância, um indiano foi tão financiado, um americano foi tão observado, medido e incentivado.
O Chavez sobe ao poder, rebenta uma bomba na Nigéria e o Ministro do Petróleo da Arábia Saudita aparece numa conferência a dizer que Alá é o maior, logo o petróleo sobe e um desgraçado em Mem Martins paga mais 5 cêntimos por uma carcaça na padaria.
Simplista?
Vejamos mais um exemplo!
O petróleo dispara para preços irreais, a Comissão europeia tem medo e incentiva os bio combustíveis com generosas ajudas financeiras. O agricultor Português reduz a terra para pastagem e começa a plantar mato para fazer biolíquidos. Como as vacas não deixam de comer o Zé das Vacas tem que comprar ração, logo o preço do leite sobe em flecha. Só ontem aumentou 10 cêntimos (aproximadamente 15%) e em algumas lojas já há escassez do néctar branco.
Como dizia alguém, a única coisa constante no mundo é a mudança, e talvez nunca como hoje tivéssemos necessitado tanto de repensar a economia e a vida em geral.

Mr. Anderson

O País de Sócrates

No País de Sócrates tudo vai bem.
No País de Sócrates o crescimento acelera. A inflação não ultrapassa os 2%.
No país de Sócrates as famílias não estão endividadas recebendo remunerações justas pelo seu trabalho.
No País de Sócrates todos pagam alegremente os seus impostos (que chegam a atingir 40% do seu salário) pois sabem que desta forma tem acesso a Educação, Saúde e Justiça da mais alta qualidade e de uma forma independente do seu estrato social.
No País de Sócrates gera-se emprego. A mobilidade é uma realidade. Perder o emprego não é uma catástrofe mas sim uma oportunidade...
No País de Sócrates todos são empreendedores. Criam-se Empresas na Hora... desfazem-se Empresas na Hora...
No País de Sócrates as empresas andam de braço dado com a inovação e tecnologia. A opinião de especialistas é inteiramente respeitada. Tudo é tecnológico e inovador a tal ponto que os livros nas escolas foram substituídos por portáteis e quadros digitais.
No País de Sócrates os reformados e pensionistas recebem aumentos nunca antes registados.
No País de Sócrates a Agricultura é autofinanciada recusando-se até os subsídios previstos pela PAC pois este incentivam a passividade e a inércia....
No País de Sócrates as ambulâncias (e existem várias... SUVs, SEVs, e mais outras cujas siglas me esqueci) estão perfeitamente equipadas, substituindo Centros de Saúde e em alguns casos Unidades Hospitalares inteiras, inclusive pessoal médico. Aliás este último tende a desaparecer pois Sócrates, num rasgo de genialidade, empreendeu uma campanha feroz destinada a formar cada cidadão em conceitos médicos fundamentais, permitindo, a título de exemplo, que cada indivíduo distinga perfeitamente um ataque cardíaco de umas simples palpitações...
No País de Sócrates ninguém fuma, todos transbordam saúde... basta vê-los nos ginásios ou a correr todas as manhãs no IC19 ou na praça Marquês de Pombal.... (na ausência de uma melhor claro está!!!)
No País de Sócrates todos os alimentos são perfeitamente acondicionados e esterilizados... permitindo assim o fim das intoxicações ali-mentais - perdão! - alimentares que tanto assolavam o país....
No País de Sócrates têm a maior barragem da Europa (cuja exploração Sócrates concedeu gentilmente ao país vizinho), a maior ponte da Europa, o maior aeroporto da Europa, a maior remuneração para cargos de gestão pública da Europa e o maior Centro Comercial da Europa.

Portanto... parem de utilizar a Suécia como modelo de desenvolvimento... Nós queremos é o País de Sócrates!!!!!!
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